*Bem vindo ao meu cantinho de poemas de Amor, Carinho , Amizade e reflexões... (uma grande parte delas recebo por e-mail) E por achar que elas mereciam um lugar mais especial do que uma simples caixa de mensagens...resolvi criar esse blog, Todos os textos postados aqui, estão com os devidos créditos,com exceção daqueles que desconheço a autoria.Se alguém souber o nome do autor e quiser se pronunciar, ficarei grata e irei corrigir dando os devidos créditos (e-mail: izis.s@hotmail.com ) As imagens aqui postadas não têm seus devidos créditos, pois as encontro pela internet. Mas o mesmo vale com relação à autoria delas. Se souberem, é só se pronunciar. Pois não estou aqui para me apossar ou tirar o direito de ninguém,pelo contrario, apenas quero exaltar a beleza da poesia!!! Obrigada pelo carinho de todos que aqui passam... e voltem sempre!

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18/07/2009

O DIA QUE ME TORNEI INVISÍVEL (Silvia Castillejon Peral)



O DIA QUE ME TORNEI INVISÍVEL


Já não sei em que data estamos.
Nesta casa não há folhinhas e, em minha memória
tudo está revolto.

As coisas antigas foram desaparecendo.
E eu também fui apagando sem que ninguém se desse conta.

Quando a família cresceu, me trocaram de quarto.
Depois, me passaram a outro menor ainda acompanhada de minhas netas. Agora ocupo a edícula, no quintal de trás.
Prometeram-me trocar o vidro quebrado da janela, mas se esqueceram. E nas noites, por ali sopra um ventinho gelado que aumenta minhas dores reumáticas.

Um dia a tarde me dei conta que minha voz desapareceu.
Quando falo, meus filhos e meus netos não me respondem.
Conversam sem olhar para mim, como se eu não estivesse com eles.

Às vezes, digo algo, acreditando que apreciarão meus conselhos.
Mas não me olham, não me respondem. Então, me retiro para o meu canto antes de terminar a caneca de café.

O faço para que compreendam que estou enojada, para que venham procurar-me e me peçam perdão… Mas ninguém vem.

No dia seguinte lhes disse:
- Quando eu morrer, então sim vão sentir minha falta.
E meu neto perguntou:- Estás viva, vovó? (rindo-se)

Estive três dias chorando em meu quarto, até que numa certa manhã, um dos meninos entrou a jogar umas rodas velhas…

Nem o bom dia me deu. Foi então quando me convenci de que sou invisível.
Uma vez, os meninos vieram dizer-me que no dia seguinte iríamos todos ao campo.

Fiquei muito feliz. Fazia tanto tempo que não saía! Fui a primeira a levantar. Quis arrumar as coisas com calma.Nós, os velhos tardamos muito, assim, me ajeitei a tempo para não atrasá-los.

Em pouco tempo, todos entravam e saíam da casa correndo,
jogando bolsas e brinquedos no carro. Eu já estava pronta e muito alegre. Parei na porta e fiquei esperando. Quando se foram, compreendi que eu não estava convidada. Talvez porque não cabia no carro.

Senti como meu coração se encolhia, o queixo me tremia como alguém que tinha vontade de chorar.
Eu os entendo. São jovens.
Riem, sonham, se abraçam, se beijam.

E eu... Antes beijava os meninos, me agradava tê-los nos braços, como se fossem meus.E, até cantava canções de berço que havia esquecido.

Mas um dia…Minha neta acabava de ter um bebê. Me disse que não era bom que os velhos beijassem aos meninos por questões de saúde.

Desde então, não me aproximei mais deles. Tenho tanto medo de contagiá-los! Eu os bendigo a todos e os perdôo, porque...
que culpa eles têm, de que eu tenha me tornado invisível?

(Silvia Castillejon Peral)
***
Linda mensagem,mais ao mesmo tempo muito triste...
Principalmente porque muitas vezes é a cruel realidade
esquecemos de quem nos deu a vida,nos deu tanto Amor e carinho...
E em vez de fazer de tudo para recompensar e agradecer a quem nós deu tanto.
Muitos acabam por ficarem abandonados ou simplismente esquecidos,invisíveis...
Não vamos esqueçer q daqui algum tempo somos nós q ficaremos invisiveis
e somente nesssa hora nós daremos conta do quanto isso é triste...
Pense nisso e tenha uma Boa noite!!!



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